
O trecho de rodovia campeão de acidentes está entre os quilômetros 200 e 210 da Translitorânea (BR-101), em Santa Catarina, que foi concedido à Autopista Litoral Sul em 2008. Outro ponto crítico está entre os quilômetros 490 e 500 da Fernão Dias (BR-381), na altura de Betim, em Minas Gerais.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes destaca que os dados da PRF apontam que menos de 2% dos acidentes acontecem por problemas na rodovia. De fato, o principal vilão é o motorista. Mais de 90% dos acidentes fatais acontecem por excesso de velocidade, falta de atenção, ultrapassagens proibidas, entre outros erros na condução do veículo. “Mesmo quando as estradas são ruins, a culpa em última instância é de quem dirige”, afirma José Aurélio Ramalho, diretor do Observatório Nacional de Segurança Viária.
Para Ramalho, a formação dos condutores de veículos no Brasil é falha, limitando-se ao ensino apenas para conseguirem aprovação nas provas de habilitação. “Na prática, o sujeito decora um monte de placas de sinalização, mas não sabe o que fazer diante da situação indicada na placa”, diz. “Desse modo, concedemos o direito de conduzir um veículo a milhares de pessoas despreparadas e depois tentamos corrigir a situação com ações pontuais.”